Drag queen e mulher
Bárbara Regina de Castro, 23 anos, nasceu na cidade de São Pedro, interior paulista, apesar de ter passado a maior parte de sua infância na capital. Muito tímida e considerada “diferente” pelas outras meninas da escola pelo seu estilo mais “moleca”, usando roupas largas e boné, tinha dificuldade para fazer amizades. Naquela época, com pouca vaidade, a pequena Bárbara não imaginava que pudesse algum dia se interessar e ter contato com maquiagens e acessórios femininos, muito menos que isso se tornaria algo que a ajudaria superar seus problemas para lidar com as situações sociais da sua vida.
Seu primeiro contato com o “mundo drag” foi por meio de um reality show americano famoso, Rupaul’s Drag Race. Como a maioria das pessoas, no começo achava que era um lugar onde mulheres não poderiam pisar. Errado. Quando percebeu que a arte drag não impunha limites de gênero, seu interesse e vontade de se montar como as figuras que via no programa de tv cresceram, até que decidiu amadurecer a ideia e coloca-la em pratica. Nascia Morgana Simmons.
Morgana, uma referência à bruxa do programa dos anos 90 Castelo Rá-tim-bum, do qual gostava muito na infância, e Simmons, uma homenagem a uma de suas cantoras preferidas, Simone Simons, formam o nome da personagem. Uma mistura de todas as referências que tem de estilo e atitude de ídolos e figuras que admira, Morgana é sua válvula de escape.
Segundo Bárbara, começar a fazer drag ajudou em muitos aspectos, principalmente a lidar com a depressão e a ansiedade, além de melhorar a autoestima, uma vez que sempre foi muito insegura com a sua aparência. Ela encara a arte como uma terapia que trouxe melhoras tanto para a sua vida pessoal, quanto para a vida social. Considera, inclusive, estar na sua melhor fase.
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Em casa, recebe o apoio da família. Sua mãe, que gostou muito da ideia de Drag Queen, ajuda na hora de se vestir, colocar peruca e dar dicas de maquiagem. Até o irmão mais novo entrou na brincadeira. Rindo, Bárbara conta como ele coloca suas perucas e promete um dia se montar também para sair com ela nas festas na região.
Apesar de se dedicar bastante a atividade, a arte drag ainda é só um hobby. Bárbara trabalha como cozinheira e recentemente abriu o próprio negócio vendendo comida japonesa por encomenda. Contudo, conta como gostaria de ganhar mais visibilidade nesse meio artístico: “Eu queria ter mais visibilidade como mulher Drag, pra poder trazer isso pras pessoas, mostrar que as mulheres também fazem, podem e são tão capazes quanto Drags homens”.
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